domingo, 17 de fevereiro de 2013

EDITORIAL

Comemorar cinco anos de uma existência que registrou o cotidiano, sem restrições, de todos que quisessem fazê-lo, é um motivo de uma alegria que assume vários sentidos, principalmente, porque também comemora o aniversário de uma pessoa que representa uma vitória da Criação da raça humana, KILMA.

Além de priorizar a discussão de ideias, a transparência, negar com veemência, qualquer tipo de censura a opiniões, este blog manteve-se, também, avesso a qualquer tipo de preconceito, procurando ser crítico, justo e humilde, o que combina com a personalidade de quem a fatalidade impede de, hoje, vivenciar mais um ano de vida.

Sempre que um texto escorregava da imaginação da sua editora, vinha-lhe à mente e ao coração a dona do SORRISO, que parecia achar que cada dia era um milagre que a vida lhe concedia. Fenômeno que tem o poder de incitar a justa indignação e arrefecer emoções negativas e a agressividade inútil. A saudade quando não dói, humaniza, esmerila a alma, alarga sentimentos, pacifica tudo que é por ela tocado.

O Verso&Reverso tem a honra de ter como companheiro de jornada Rafael Neves, de contar, incondicionalmente, com a ajuda das Lúcias, mãe e irmã, o apoio técnico de Marco, o incentivo de leitores, amigos e anônimos e você, KILMA, que reforça o compromisso com a continuidade deste instrumento de comunicação. Portanto, pede-lhe este blog que nunca deixe de povoar as lembranças da sua editora com seu jeito estabanado, uma das marcas que as identificava. Por aqui, apesar de tudo, os inesquecíveis momentos, todos, ternos e felizes, continuarão sendo lembrados. O lado de cá não está fácil, mas tenho certeza que você teria um olhar novo e leve para as mazelas do mundo, simplesmente porque você era uma pessoa incomum e achava que a vida era “sempre desejada, por mais que esteja errada...”.

Enquanto ela, com seus mistérios, contradições e surpresas não promover um reencontro, em outras dimensões, este blog é um tributo à sua memória.


sábado, 16 de fevereiro de 2013

A DOR EM NOSSAS VIDAS



O texto abaixo, foi publicado à pedido de um amigo muito querido




Você já parou para pensar na razão da existência da dor, do sofrimento, em nossas vidas?

Talvez num daqueles momentos de extrema angústia, em que o coração parece apertar forte, você tenha pensado em Deus, na vida, e gritado intimamente: Por quê?!

Os benfeitores espirituais vêm nos esclarecer que a dor é uma lei de equilíbrio e educação.

Léon Denis, reconhecido escritor francês, em sua obra O problema do ser, do destino e da dor, esclarece que o gênio não é somente o resultado de trabalhos seculares; é também a apoteose, a coroação de sofrimento.

De Homero a Dante, a Camões, a Tasso, a Milton, todos os grandes homens, como eles, têm sofrido.

A dor lhes fez vibrar a alma, lhes inspirou a nobreza dos sentimentos, a intensidade da emoção que souberam traduzir com os acentos do gênio, e que os imortalizou.

É na dor que mais sobressaem os cânticos da alma.

Quando ela atinge as profundezas do ser, faz de lá saírem os gritos sinceros, os poderosos apelos que comovem e arrastam as multidões.

Dá-se o mesmo com todos os heróis, com todas as pessoas de grande caráter, com os corações generosos, com os espíritos mais eminentes. Sua elevação se mede pela soma dos sofrimentos que passaram.

Ante a dor e a morte, a alma do herói e do mártir se revela em sua beleza comovedora, em sua grandeza trágica que toca, às vezes, o sublime, e o inunda de uma luz inapagável.

A história do mundo não é outra coisa mais que a sagração do Espírito pela dor. Sem ela, não pode haver virtude completa, nem glória imperecível.

Se, nas horas da provação, soubéssemos observar o trabalho interno, a ação misteriosa da dor em nós, em nosso eu, em nossa consciência, compreenderíamos melhor sua obra sublime de educação e aperfeiçoamento.

A dor é um dos meios de que Deus se utiliza para nos chamar a si e, ao mesmo tempo, nos tornar mais rapidamente acessíveis à felicidade espiritual, única duradoura.

É, pois, realmente pelo amor que nos tem que Deus nos envia o sofrimento.

Fere-nos, corrige-nos como a mãe corrige o filho para educá-lo e melhorá-lo. Trabalha incessantemente para nos tornar dóceis, para purificar e embelezar nossas almas, porque elas não podem ser completamente felizes, senão na medida correspondente às suas perfeições.

A todos aqueles que perguntam: Para que serve a dor? a Sabedoria Divina responde: para polir a pedra, esculpir o mármore, fundir o vidro, martelar o ferro.

* * *

A dor física é, em geral, um aviso da natureza, que procura nos preservar dos excessos. Sem ela, abusaríamos de nossos órgãos até ao ponto de os destruirmos antes do tempo.

Quando um mal perigoso se vai insinuando em nós, que aconteceria se não lhe sentíssemos logo os efeitos desagradáveis? Ele nos invadiria cada vez mais, terminando por secar em nós as fontes de vida.

É assim que, em nosso mundo, para o nosso crescimento, a dor ainda se faz necessária.



Redação do Momento Espírita, com base no
cap. XXVI, do livro O problema do ser,
do destino e da dor, de Léon Denis, ed. Feb.