sábado, 6 de julho de 2013

COMO TE ESPERO

Espero-te com a ansiedade de uma criança, que inquieta, deseja “aquele” presente de Natal, que só pode receber quando alguém achou que merecia;

Espero-te com paciência dos monges que entoam mantras, em templos afastados, tal como meu coração recolhe-se e prepara-se para a “Cerimônia do Encontro”;

Espero-te com a urgência de quem compra um caminhão de presentes, somente para se deliciar com os sorrisos dos agraciados;

Espero-te como uma mãe, cujo filho está cativo de uma vontade e descobre que ela logo se transformará em realidade;

Espero-te com a alma prenhe de esperanças que o mundo melhore para receber-te;

Espero-te, caso isto não aconteça, que tu tenhas o entendimento e a tolerância necessária para aceitares as imperfeições;

Espero-te com todas as minhas expectativas e desejos subjugados às singularidades que trarás contigo, independente de vontades preconcebidas;

Espero-te sem a expectativa que sejas um Dom Quixote, nem tenhas a sabedoria de Salomão, mas que a Liberdade e a Justiça sejam sempre perseguidas por ti;

Espero-te como quem espreita um duende que vive em esconderijos encantados, e resolve transformar sua existência como mais um milagre da vida;

Espero-te como um caminho a percorrer, onde suas margens guardem surpresas já conhecidas e certezas nunca imaginadas;

Espero-te como um rio que passa caudaloso, renovando-se a cada segundo e fertilizando-me antes mesmo, que uma gota toque minh`alma;

Espero-te como quem vê pela primeira vez o oceano e não entende o mistério do horizonte que continua;

Espero-te como quem olha para o céu e sabe que o brilho das estrelas que enxerga já reluziu há milhares de anos;

Espero-te de joelhos, porque és tão especial e embora ainda não te conheças, só saber que estás sendo gestado, faz-me sentir por ti, um amor nunca imaginado;

Espero-te com a bondade dos anjos e com a “insustentável leveza” das avós.

ALICE ROSSINI

quarta-feira, 3 de julho de 2013

EDITORIAL


Este Blog considerando justas as reivindicações da classe médica brasileira, representada pelas suas entidades de classe, resolve apoiar o movimento. Justificado pela soma das denuncias feitas pela mídia impressa e eletrônica, tanto quanto pelos relatos de quem está na linha de frente do problema – médicos, demais profissionais de saúde e pacientes.

As condições precárias e desumanas dos hospitais e postos de saúde brasileiros à falta de acesso do povo aos avanços mais modestos da Ciência, indigna, principalmente, quem pode perceber a distância cruel de tratamento, como se, cada um de nós, fôssemos mais desiguais do que já nos sentimos.

Através da publicação da CARTA ABERTA AOS MÉDICOS E À POPULAÇÃO, distribuída, hoje, durante a passeata que manifestou tanto a indignação da categoria quanto a solidariedade ao povo deste país, este BLOG reitera seu apoio .


EM DEFESA DA SAUDE PÚBLICA

“As decisões anunciadas pelo Governo que afetam a saúde pública brasileira demonstram a incompreensão das autoridades aos apelos da população nas ruas. A proposta da presidente Dilma de trazer milhares de médicos estrangeiros para trabalhar no Brasil é uma simplificação inaceitável, beirando o cinismo. Trata-se de uma medida populista que não contribuirá para resolver os problemas do sistema de saúde brasileiro.

Não podemos aceitar uma medicina de segunda categoria para o povo. Importação de médicos não é solução, pelo contrário, é mais um problema, porque não há definição sobre os critérios de avaliação da qualificação desses profissionais, nem se sabe que tipo de remuneração ou vínculo trabalhista seria utilizado. Vale dizer que para trabalhar no serviço publico, a Lei determina concurso público e não arremedos de contratos que aí estão.

Há médicos brasileiros suficientes para atender a população – cerca de 17 mil médicos são formados anualmente - , muitos estão desempregados, vivendo de bicos ou com contratos precários. Um concurso público nacional, com atrativos e salários decentes resolveria plenamente o problema. Por isso as entidades médicas nacionais (ABM, CFM E FENAM), locais (ABM, CREMEB, SINDIMED, e as Sociedades de Especialidades) lutam para que o Governo ofereça condições de trabalhos e salários atrativos.

Se o Governo, nas três esferas – União, Estados e Municípios -, proporcionam aos médicos brasileiros a condição ideal de fazer carreira de estado, com planos de cargos e salários e progressão, a exemplo da carreira do Judiciário, certamente não faltarão médicos brasileiros a ocuparem os postos em todas as localidades do País.

As propostas do Governo, até agora, não respondem as grandes questões da saúde pública como o financiamento insuficiente e a falta de carreira para profissionais do SUS. Sobre os hospitais sucateados, salários aviltantes e condições indignas de trabalho, a presidente nada disse. Neste momento em que a sociedade clama e espera por mudanças profundas, o Governo precisa avançar mais no fortalecimento do SUS.

Por tudo isso, as entidades médicas estão na luta de resistência ao lado dos profissionais e dos cidadãos, contra o abandono que afeta a saúde publica. Não se trata de ação corporativista, mas corporativa, no sentido de unir a força das entidades em prol do bem comum da vida dos brasileiros. Sob nenhum aspecto, o paciente pode ser mais penalizado do que já é pelo abandono do Governo. Dentre as ações que propomos estão:

1)Apoiar a aprovação urgente da PEC 454 em tramitação na Câmara dos Deputados, que prevê uma carreira de Estado para o médico (semelhante ao que ocorre no Judiciário), único caminho para estimular a interiorização da assistência com a ida da fixação de médicos em áreas de difícil provimento;

2)Incentivar a coleta de 1,5 milhão de assinaturas para tornar viável a apresentação do Projeto de Lei de Iniciativa Popular Saúde + 10, que prevê mínimo de 10% da receita bruta da União em investimentos de saúde;

3)Defender a derrubada do Decreto Presidencial 7562 de 15 de dezembro de 2011, que modificou a Comissão Nacional de Residência Médica, tornado-a não representativa e refém dos interesses do Governo, o que sucateou a formação de médicos especialistas no País;

4)Atuar contra a importação de médicos estrangeiros sem revalidação de seus diplomas com critérios claros e rigorosos, conforme a prática mundial e o previsto na legislação vigente. Defendemos o uso do Programa Revalida, do Governo Federal em seus moldes atuais, visando inclusive garantir a soberania nacional;

5)Vistoriar as principais unidades de saúde do País, encaminhando denúncias ao Ministério Público e outros órgãos de fiscalização, revelando a precariedade da infraestrutura de atendimento que afeta pacientes e profissionais.

Finalmente, as entidades declaram o Ministro de Saúde, Alexandre Padilha, como persona non grata para a sociedade por adotar medidas eleitoreiras que colocam em risco a vida e a saúde dos brasileiros.¨

ABM – CREMEB - SINDIMED