segunda-feira, 7 de março de 2016

ESPERANÇA, seu nome é RAFAEL


Nas Escrituras Sagradas existem controvérsias se Rafael é considerado anjo ou arcanjo. Uma ou outra condição é unânime que “é companheiro de viagem do homem, seu guia e seu protetor nas adversidades”.

Na pintura Rafael Sanzio é o pintor das Madonas, tendo como uma das mais admiradas e estudadas por filósofos e poetas, a Madona Sistina, pela simplicidade e singeleza.

Fomos abençoados pela vida por uma criança, cujo nome é tão importante para a religião quanto para a arte, recebendo o nosso Rafael. Tal qual aquela Madona, com igual simbolismo foi representada por Maysa, carregando seu Rafael no colo, perto ao seio, de forma protetora e amorosa. Uma imagem que emociona, não importa as personagens. Entretanto, quando são pessoas, pelas quais nutrimos um enorme afeto, uma onda de gratidão à vida soma-se a infindáveis sentimentos.

Fora das paredes do hospital, cenário aonde Rafael veio ao mundo, a vida seguia com manifestações humanas, as mais variadas. Solidariedade, amor, coragem, indignação, injustiças, justiças... Subjaz a todos eles, tanto dentro como fora da “casa de saúde”, um sentimento de mudança que pululava diante de mais um Rafael, que esperamos nos traga alegrias pela pessoa digna e ética que poderá tornar-se, num contexto de um mundo conturbado, mas permeado da esperança que nunca pode abandonar o ser humano, sob pena de paralisá-lo.

Este 4 de março, dia em que, enfim pudemos anunciar a chegada de Rafael, já está impresso na nossa memória afetiva. Seja êle sempre, o precursor das nossas esperanças!

VOVÓ ALICE



quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

MAIS UM ANO


Em 2016 este Blog não celebrará seu aniversário com um Editorial, como sempre o fez. Exerço a prerrogativa de falar na primeira pessoa, pois desejo ser porta voz dos meus sentimentos.

Embora este ano tenha sido igual a todos os outros; grandes alegrias, grandes tristezas, quase perdas, muitos ganhos, muitas saudades, novas e perenes, muitos desencontros e, felizmente, relevantes encontros e reencontros. Entretanto, foi diferente a forma de sentir e perceber fatos tão naturais na vida de qualquer um. Pelas minhas singularidades e através do resultado de um mergulho em mim mesmo, pude descobrir novos vieses por onde enxergar a difícil tarefa de existir.
Resolvi me submeter a um processo analítico e confesso que, além de não está sendo fácil, exigiu uma postura silente e de recolhimento. Embora conduzido por um profissional, a aventura de um mergulho nas nossas profundezas não se esgota no divã. A reflexão é uma postura quase obrigatória, a clausura uma necessidade. Neste momento a exposição pode ser permeada de equívocos, as certezas enfraquecidas ou sucumbir às armadilhas da “arrogância” de descobertas precipitadas.

Há que respeitar-se no caminho.

Como não me isolei do mundo e das pessoas que amo, questões coletivas foram relevantes e, claro, influenciaram minha visão da vida, ratificando ou colocando em dúvida a saudável confiança no futuro.
Este Blog calou durante um longo tempo. Entretanto, calar não significa morrer, ainda que sobreviva de palavras. A perda de um amigo, Luiz Augusto me paralisou, já que ela veio somar-se a outras ausências, meu tio Jackson e da minha amiga KILMA, eterna homenageada pela sua representação na minha vida.

Amada KILMA! O mundo continua o mesmo, tão belo, quanto feio. Ataques terroristas, preconceitos de várias formas, corrupção escancarada. A falta de ética em todos os aspectos das atividades humanas convive com avanços na tecnologia, capitaneada por seres comprometidos, bem intencionados, altruístas. Estadistas se dizendo preocupados com o destino do planeta e uma saudável indignação quanto à indiferença aos diferentes! Lembro da forma amorosa com que acolhia estes últimos. Você sempre tão generosa, tão justa, tão desprendida. Você que colocou o amor como uma meta, fez da sua profissão uma peregrinação em favor dos necessitados. Talvez, este mundo não lhe mereça, ainda que, contraditoriamente, necessite de pessoas com seu perfil.

Minha saudade continua do mesmo tamanho. O que aumenta é minha eterna gratidão por todas as vezes que você me fez sorrir e me sentir amada.

Entre os encontros empresto especial relevância aos nascimentos dos netos. Que pena que não compartilhamos esta felicidade. Certamente compreenderia meus arroubos. Tenho certeza que seu espírito puro e evoluído conecta-se com a criança que tenho dentro de mim formando uma corrente que, mesmo em outra dimensão, você a fortalece. Marina, Pedro, Gustavo e Rafael meus presentes no outono da vida, têm o poder de suavizar minhas perdas e reinventar os mecanismos que me permitem continuar a sonhar e não perder a esperança.

Com estas considerações, este ano de 2016, salvo o imponderável, será igual a todos. Yin e Yang completando-se nas necessárias contradições, brincando com nossos destinos. Haveremos que manter o firme propósito de sentir e compreender, mais que ter. Porque, definitivamente, “o essencial (continua) é invisível para os olhos”

Alice Rossini


segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

BEM VINDO GUGA!!!


Indiferente à alegria nostálgica de milhares de pessoas que se despediam das folias “momescas”, os líquidos em que GUSTAVO se preparava para remar contra e a favor das correntes do destino que lhe aguardava, decidiram que era chegada a hora de se fazer presente na vida de seus pais e de todos nós.

Guerreira e corajosa, Juliana protagonizou mais de vinte horas os rituais que precedem o existir de um filho. Thiago incansável companheiro apoiava-a e incentivava sua coragem. Os sentimentos que meu amado sobrinho experimentou, creio que, durante muito tempo, nem ele saberá interpretar. Farão parte da bagagem que o sustentará na valorização dos momentos felizes e darão suporte emocional para superar as dificuldades impostas pela vida. Ninguém passa incólume pela experiência de ter um filho e, tanto Juliana, quanto Thiago já sentem as mudanças na forma com que, estes momentos vivenciados conjuntamente, influenciarão as suas formas de encarar as próprias existências.

Aos quarenta e três minutos de uma quarta feira, que achávamos seria cinzenta, chega GUSTAVO, codinome GUGA. Fez com que esquecêssemos que existe um "alguém", cidadão de uma nação poderosa que tem como plataforma política a construção de mais um muro para separar os homens. Fez que déssemos trégua a nossa indignação o fato de que apesar das evidências e a "Passarela do Samba" exibir a “corrupção” como enredo de uma escola, as principais personagens continuarem impunes. Esquecêssemos que milhares de seres humanos continuam fugindo de desumanas guerras, da iniquidade da fome e do medo da violência que recrudesce. Esquecêssemos que muitas crianças nascem mal formadas pelo descaso de um governo e de uma sociedade, quanto a sua própria saúde e blá, blá, blá, blá...
Sendo testemunha da coragem de Juliana, da apreensão das avós, uma delas minha irmã adorada, do desprendimento e da solidariedade de um anjo com nome de Luciana, do amor de três irmãos, da ansiedade de um avô no meio da selva amazônica, de outros irmãos muito longe do Brasil, da dedicação de uma amiga de infância e da vigília de todos os cunhados, tios-avós e bisavós, ansiosos pela noticia da “boa nova”, vendo meu sobrinho, orgulhoso, com seu filho no colo, esqueci o mundo. Meu mundo, ou uma parte dele estava ali, multiplicando-se e nos eternizando.

Hoje faremos uma trégua nas nossas preocupações e vamos celebrar a vida que, a despeito de tudo e de alguns, se impõe na forma rósea, redonda e gulosa de um bebê, carinhosamente, chamado GUGA. Da mesma forma que a confirmação da teoria gravitacional de Albert Einstein é festejada pela comunidade científica, nós celebramos a chegada de mais um aquariano que nos promete um "alguém" alegre e otimista. Mais uma vida que mudará para melhor e maior a vida de cada um de nós.

Que tenhamos a certeza que nossos dias serão mais alegres, que nos esforçaremos para sermos mais unidos e, mais tolerantes nos preocuparemos mais com o destino de todos.
Que o Deus de cada um abençoe todas as famílias lhes enviando seres iluminados que ajudem a redimir-nos e redimir a todos que os cercam.

Vovó Alice