terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

APRESENTAÇÃO

Hoje, 18 de fevereiro, está nascendo esse Blog, a quem chamaremos VERSO&REVERSO.

A idéia que inspirou seu nome foi a da liberdade e a aversão a tudo que a violente. Portanto, aqui pretendo que sejam registrados todos os fatos, conquistas, emoções, duvidas, angustias, alegrias, indignações que pareçam relevantes a todos que queiram dele participar. Assim o cotidiano, com todas as suas contradições, serão escrito, descrito e compartilhado..

Uso da prerrogativa que me confere a autoria da idéia e escolho, não por acaso, esta data, tão especial para mim quanto para todos que tiveram o privilégio da sua convivência: estaria completando 46 anos, ingressando conosco na ERA DE AQUARIUS a mais aquariana de todos os aquarianos que conheci; KILMA se já não estivesse morando com as estrelas, em algum lugar do Cosmo.

A ela dedico a marca desse Blog – uma rosa vermelha - e para ela escrevi o texto que o inaugura.



PARA KILMA...

Falar de alguem que representou um pouco de tudo na sua vida, apequena o quanto de tudo este alguém foi importante. Falar que representou tudo, limita e indefine o conceito de tudo, que, por si só, ja é um conceito vago.

Pessoas especiais prescindem de definições sobre a importância medíocre que emprestamos às coisas. Sua singularidade, por si só, transcende sua trajetória, suas ações, seus defeitos e suas virtudes. Portanto, suas vidas, como todo conceito de vida, não se justificam no começo e são incompreensiveis quando findam. Aparecerem e desapareceram sem deixar motivos, só perguntas.

Daí a minha dificuldade de falar dos vários significados da existência de KILMA na minha vida e de quantos foram privilegiados pela sua convivência. Não que KILMA fosse um ser perfeito e cheio de virtudes. Sua maior qualidade estava no equilibrio perfeito que nos fazia buscar os defeitos quando se fazia virtuosa e ansiar pelas qualidades, quando os defeitos incomodavam. Um ser de luz. Muitas vezes ofuscava e não raro iluminava. Como luz, preenchia todos os espaços, esgueirava-se pelas frestas e atravessava feliz e despreocupada as transparências. Sua presença jamais passava despercebida, tanto no passado quanto no presente, aparentemente, vazio. Ainda hoje, nego-me a pensar em KILMA, como se vivêssemos em diferentes dimensões, tal a minha convivência constante com suas lembranças.

Sua presença na minha vida evidencia-se nas mais tolas circunstâncias do meu cotidiano. Quando não acordo com seu telefonema madrugador, pois nunca reconhecia meu hábito de acordar no meio da manhã. Quando chego para o almoço e a comida não mais esfria no prato pelo silencio do telefone, que fazia mais aguda, a sua voz metálica. Nem quando avisava-me que um simples engarrafamento lhe motivara a interromper, seja lá o que eu estivesse fazendo. Ou quando perguntava-me em outubro qual minha programaçao para dezembro.

Era e continua ser invasiva. Invade minha mente há cinco anos! Num dos meus sonhos, foram apenas tres, estava tão próxima e tão densa, que o calor de sua pele quase diminuiu minha saudade.

Convivíamos com muitas diferenças mas aconchegávamo-nos com o que tinhamos em comum. Quando me fragilizava, encontrava compreensao e força. Quando ela exagerava, puxava o freio de mão da sua alma límpida e desarmada, impedindo que colidisse na crueza do mundo.

Sentia, pela modulação da sua voz, quando manipulava situações que a favorecessem, quando algo a preocupava ou, quando, numa tarde qualquer, no meio da rua, ao perguntar-me, em tom casual, "se estava sentada", prenunciei sua milagrosa e até então impossivel gravidez.

Cuidado de mãe? Dependencia de filha? Carinho de irmã, Sintonia de amiga? Ainda hoje, desde o dia que a conheci, durante os eternos e fugazes dez anos que convivemos, à noticia que uma bala assassina e sem sentido tirou-a de nós, até o dia em que minhas mãos impregnaram-se com suas cinzas e obrigaram-me a jogá-las ao mar, nunca consegui definir porque a vida me fez encontrar e desencontrar KILMA. Procuro até hoje, o sentido de tudo. Do ganho de tê-la conhecido até a perda que me impede poder tocá-la.

Tudo foi muito intenso e o vazio impreenchível. Carece de sentido meu contato com KILMA, tanto quanto transborda de sentido sua "curta" e intensa existencia. Mãe, filha, amiga, médica e mulher. Tudo exagerado, tudo demais, como só sabia fazer e, em tempo integral. Não dava trégua, como prevendo sua brevidade nas nossas vidas.

Pergunto-me até hoje, procurando entender a lógica que rege a existência, por que ela? Que não tinha "vergonha" de ser feliz, embora muitas vezes não o fosse. Por que ela, que tantas vezes não quis reconhecer as dificuldades da vida, embora "sempre desejada, por mais que esteja errada?" Se pudesse responder-me, simplesmente, diria, sorríndo vermelho, sua cor preferida "é a Vida, Anta, é a Vida...!

Alice Rossini

21 comentários:

Anônimo disse...

Parabens minha Alíce
Este é um sonho recente que voce está transformando em realidade. A abertura deste blog, com a lembrança viva de kilma, é uma justa homenagem ao bom astral e ao grande sentimento de solidariedade, tão presente nesta nossa saudosa cunhada

marco rossini

Unknown disse...

Alice, seu blog está perfeito!!!!!!! Gostei muito deste texto, está muito bonito... PARABENS!!!!!
Um beijão!

Unknown disse...

querida amiga, é um blog bem nascido...texto forte, rosa vermelha belíssima, e a iluminada
presença de kilma...este neném não
vai engatinhar, vai sair correndo!!
bjs,selene

Anônimo disse...

Parabéns Mãe!!! Gosto e admiro vc assim... Sonhando e realizando, através da sua "nova" arte que é a palavra!!!
Esse projeto tem muito a crescer, assim como vai lhe impulsionar interiormente. Já que na net o céu é o limite. Me candidato desde já a empresariar e começar a vender os espaços plubicitários... hehehehe

Anônimo disse...

Oi Amiga!!!
Parabéns pelo seu novo "filho" rsss
Muito boa a crônica dedicada a sua cunhada . Muito sensível, como você é. Não sei mexer ainda muito bem com estas coisas de "BLOG" mas aos poucos vou aprendendo e quem sabe um dia não terei o meu também pra trocarmos textos comentários,figurinhas, ne?
Beijos e Boa sorte
Ayda

Anônimo disse...

beleza de crônica alice. beleza de blog. vou colocar em meus favoritos para aquela consulta quase que diária. em breve publicarei alguma coisa tambem.
parabens!!!!!!!

Anônimo disse...

Oi Alice,
jah estava mesmo na hora neh! Vc tem muitas ideias interessantes,
as quais precisam ser divididas com um maior numero de pessoas.
Parabens. Com certeza vou dar algumas "espiadas" no seu blog e,
se possivel, colaborar.

Anônimo disse...

Sogra

A despeito do que diziam as más línguas, esse filho nasceu! Fico orgulhosa e feliz de ter participado da concepção.

Serei leitora assídua!

Sucesso!

Anônimo disse...

ALICE:

Aplaudo de pé seu “versorevferso”. Afinal, é mais um caminho prateado entre estrelas, a exemplo dos muitos que existem entre nossos corações. Sua palavras me emocionaram profundamente. Principalmente as que se referem à nossa saudosa KILMA. Lindo o comentário do meu neto RODRIGO> Subscrevo-o letra por letra.É o amor que dá sentido à vida. Prossiga na sua missão, e faça da palavra um instrumento divino.

Quanto ao nosso sentimento sobre a querida KILMA minha alma e meu coração continuam falando para Deus e para o mundo o que ainda hoje me aflige, por isso mesmo traduzido em versos, servindo-me de terapia. “ATÉ QUANDO...! são versos, maneiras de conviver com a adversidade. Maneiras de penetrar e acariciar corações que me querem, almas com as quais vou convergindo para o portal da eternidade. Como um menino quero continuar aprendendo com você

Beijos e carinhos do paínho

Anônimo disse...

gostaria de ser amado como voce ama sua cunhada, de forma incondicional, aceitando seus defeitos e amando suas virtudes

Anônimo disse...

valeu alice!!! pra mim não foi surpresa a qualidade de seu texto. só estava faltando mesmo a mídia apropriada para externar suas emoções aos seus amigos. vou acompanhar de perto.
beijos

VERA DANTAS disse...

Alice,
Parabéns pelo VersoReverso.
Fico feliz de ter participado de alguma forma desse nascimento.
Você continuará no Plenidade, agora através de um link.
bjs
Vera Dantas

Anônimo disse...

parabens mãe!!
realmente não tinha outro texto para estrear esse blog!!! tenho certeza q Kilma seria a primeira a postar um comentario aqui!!! fico feliz por vc ter conseguido realizar mais esse sonho!!!
bjão!!!!

Anônimo disse...

Oi Alice (Alice e não Anta)
Pois ultimamente, mesmo contra Kil, não tenho a ousadia de te chamar de Anta!!!
Afinal de contas você pode cair de uma bicicleta ergométrica(rs!rs!),...mas realmente Deus te
deu o dom de escrever, que me fez chorar!!!

Ontem fui para o aniversário de uma amiga e tinha um conjunto de MPB e pedi que tocasse a música
dela,meu presente. E hoje você me deu um presente, me trazendo ainda mais lembranças (algumas
difíceis de lembrar pela dor da perda). Mas que bom, que bom que a tivemos pelo menos por uns 15 anos(eu)
e nesse anos tão perto de nós. E nós deixou amigas como você , Margo, tia Gloria,Nelia...

Que Deus abençoe esse seu dom, e continue fazendo um bom uso, pois só nós faz ter mais orgulho
de nossas amigas, estejam na dimensão que estiverem!!! sei que perto de mim estão!!!
Sabe, é fantástico me ver falando de Kil , como a melhor pessoa que já conheci, faltava inveja e sobrava
" estabanagem", isso me faz orgulhosa de minhas escolhas

Posso mandar seu endereço do blog para todos os nossos colegas?
Tudo bem , acho que assumo o lugar de Anta --- Vou mandar esse texto e o endereço para todos nosso colegas

Obrigado por vocês existirem, em qualquer dimensão
Bjs
Con

Anônimo disse...

Oi Alice,
antes de mais nada, parabéns por estar canalizando a sua "libido" tb para a ARTE! Somos seres quimicamente de recompensas - e sei que está sendo recompensada!
Achei o texto fantástico...externa os seus sentimentos... Permito-me parafrasear Oscar Wilde - "...Toda arte é ao mesmo tempo aparência e símbolo...os que penetram abaixo dessa aparência o fazem por conta e risco...os que decifram o símbolo também o fazem por sua conta e risco...A arte reflete o espectador e não a vida..."
Círculo na fronte,
Bel

Anônimo disse...

Nunca vi falar de alguem que ama com tanto compreensão e aceitação, reconhecendo no objeto do amor o direito de ser gente!!

Anônimo disse...

Alice,

Obrigada pelas palavras doces. Compartilho com você esse sentimento de sofrer com a ausência, mas ter alegria com a lembrança...

É impossível pensar em Kilma sem sentir um afago no coração.

Eu não tenho dúvida que ela nos aproxima do melhor que temos em nós.

Um grande abraço.

roseane disse...

Parabéns!
Na verdade tudo aqui escrito tem um pouco de cada uma de nós mulheres, que nem sempre conseguimos nos expressar,falar sobre amor, solidão, tristeza, separação...... Aqui consegui me encontar em algumas frases, sentimentos. Vou sempre dar um passadinha para prestigia-la.
beijos
rose

roseane disse...

Parabéns!
Na verdade tudo aqui escrito tem um pouco de cada uma de nós mulheres, que nem sempre conseguimos nos expressar,falar sobre amor, solidão, tristeza, separação...... Aqui consegui me encontar em algumas frases, sentimentos. Vou sempre dar um passadinha para prestigia-la.
beijos
rose

Anônimo disse...

Alice,

Seu texto está lindo e comovente.
Uma homenagem linda que você presta a sua querida amiga.
Adorei!
Beijos e parabéns pelo blog!
Sucesso!!!

Anônimo disse...

Querida Alice voce soube descrever a nossa Kil como ela era realmente, seu texto foi o melhor presente que voce poderia me dar.
Agradeco de todo coraçao tambem a todos os amigos que fizeram comentarios sobre ela.
Um grande abraço da amiga.
Nos temos certeza que um dia a encontraremos e ai sera outra festa como a dos 40 anos