quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

EDITORIAL - ANO III



Durante o ano de 2010 a possibilidade de Vida depois da Morte foi objeto de uma curiosidade manifesta e registrada não só pelo Cinema, pela Literatura como também, pela Televisão. Este fenômeno gerou muitas discussões e, claro, várias e inquietantes reflexões.

Este Blog, no seu terceiro ano de vida que hoje celebra, teria muitos motivos para debruçar-se sobre o assunto. Sua editora debate-se entre dúvidas atrozes, ao tempo em que cultiva um desejo, motivado por uma saudade que não cessa, da Musa que inspirou a data do seu nascimento e, em sua homenagem, o esforço de mantê-lo vivo, soa como uma metáfora - Saudades de KILMA e um possível reencontro nas estrelas. Um sonho, apenas um sonho...

Como não tenho pretensões de resolver a questão de outras existências, da imortalidade, ou não, a “sobrevivência” depois da morte física é mantida, simbolicamente, através da não concessão aos princípios que nortearam este BLOG na sua origem. É tambem embasado, na certeza que KILMA deles compartilhava, o que só o fortalece: a defesa da LIBERDADE, o NÃO a qualquer tipo de preconceito, o compromisso com a VERDADE e o amor inabalável à VIDA - qualquer vida.

A fidelidade a estes princípios, além de fortalecê-lo, homenageia uma das maiores virtudes de KILMA: a TOLERÂNCIA.

O VERSO&REVERSO, como qualquer outro instrumento midiático, pode ainda comemorar muitos anos de vida, independente da existência de quem o edita. Assim como continuamos a viver através das alegres lembranças e doces recordações de KILMA, que este BLOG tenha a sorte de encontrar quem o acolha, independente do existir de quem o concebeu.

Que seja adotado, principalmente por ser pequeno e despretensioso, pela tentativa quase infantil de imortalizar quem o inspirou ou por ser refúgio para quem o criou. Mais ainda, pelo que representa para tantas pessoas: amigas generosas, conhecidas, simplesmente, através de seus nomes já tão familiares. E, àquele leitor anônimo uma enorme gratidão pelo crédito silencioso.

Obrigada aos seus colaboradores, aos que o ajudam a cometer menos erros e sacrilégios contra o que, filósofos e pensadores que já comprovaram suas teorias, tantas vezes aqui, teimosamente ignoradas ou, sempre que possível, usufruir da comodidade dos seus respaldos científicos

Vida longa ao VERSO&REVERSO! Que acompanhe o rastro de luz deixado por KILMA que hoje completa – este é o tempo do verbo – 47 anos, se ainda iluminasse nossas vidas nesta dimensão. Dentre os defeitos e virtudes que enriquecem a singularidade da sua personalidade ela também deixou registros de lindos poemas. Este, que tenho a honra de postar, é mais uma tentativa de “dar voz” a quem deveria estar entre nós:

DISSECAÇÃO DA PAZ

Um tempo esquecido
Um sorriso acordado
Um canto calado
de paz acabada
que volta e que vai
que veio e voltou
porque fica, e eu vou.
Deixando pra trás
aquilo que agora
me faz recordar
a paz esquecida
achada e perdida
que hei de encontrar

Kilma Mattos

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

"A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DE SER”

Em todas as fases da vida: infância, juventude, maturidade e velhice, o homem, principalmente, perde mais do que ganha. Exceto no nascimento, começo de tudo - o sopro da vida é uma dádiva. Questionável, pois, a partir do momento que nascemos, iniciamos nossa inexorável caminhada para a morte. Uma visão realista, do roteiro assumido, mas nem por isto amarga.

Na infância, em todas as culturas do mundo, dito civilizado ou onde valores humanitários são cultuados, uma boa parte das crianças tem a prerrogativa de ser protegida dos percalços da vida. São poupadas de milhares de formas, até de caírem quando começam a dar os primeiros passos. Nesta fase, temos pressa em envelhecer. Justo quando a vida ainda não aconteceu, quando tudo é possível, quando acreditamos em fadas e duendes, quando acreditamos em mitos e heróis, os bons ou os maus e queremos que o tempo passe e acelere seu próprio ritmo.

Desde que nascemos, nosso futuro está sendo esboçado nos eternos “agoras” do nosso existir e, quem sabe, o que chamam de livre arbítrio não seja uma espécie de álibi com o qual justificamos nossos desfechos? Não que ache que não somos responsáveis por nós mesmos, mas nossas escolhas sofrem tantas interferências alheias às nossas vontades, que nossa força ao tê-las feito, relativiza-se.

Quando jovens, a rebeldia santa e cheia de certezas é acompanhada de uma vontade reincidente e insana de tudo questionar e de achar verossímil toda e qualquer possibilidade de mudar o mundo para o que julgamos melhor, sob o aval de uma ingenuidade primal. Apaixonamo-nos pelo amor, e por acharmos que é recíproco, cremos que jamais seremos feridos por ele.

Mas o tempo possui sua força transformadora e, afogados nesta provável metamorfose, que muitos chamam de maturidade, sensatez ou equilíbrio, grande parte perde-se de si próprios. Fatos nos ensinam que nada é branco nem preto e que o cinza é a regra. Verão não é sinônimo de céu azul, nem o outono pretende ser somente uma estação, onde as folhas amarelam e caem. Sofremos a síndrome das folhas secas e ficamos à mercê dos caprichos dos ventos. Como nem sempre depois da tempestade vem a bonança vamos, aos poucos, perdendo a ingenuidade e substituindo as crenças.

Repentinamente, descobrimos a fuga da criança que achávamos, continuaria colada na melhor parte de nós. Deixou-nos sem a leveza que sabe que a escuridão é passageira, a qualquer momento as luzes se acendem e nos mostram que estamos em lugares que têm perigos e também esconderijos salvadores.

Perdemos a inocência e a ingenuidade a acompanha. Nossa maior perda existencial, pois com ela esvaiu-se, salvo uma lucidez insana, que a vida pode, de vez em quando, ser leve e cristalina.

E nem sabemos quando, nem como, isto acontece.

Como algumas vezes não temos controle de nós, o peso das certezas nos sufoca, as maldades aprisionadoras nos assaltam e achamos que, repentinamente, de pássaros livres nos transformamos em seres engaiolados e cheios de medos.

Achando que duvidar é sinal de ignorância e garantia de quem perdeu o rumo; voltar atrás sintoma de insegurança; sorrir mal dos alienados; enganar-se sinônimo de ignorância; ser introvertido e contemplativo prerrogativa de desocupado, desejar ser ganancioso e não desejar fracassado.

Só vejo criança pular muros, desobedecer a regras que acha absurda, falar com desconhecidos, pedir desculpas, chorar e sorrir muito.

Talvez por isto, muitas ainda sejam leves e sintam-se felizes.

ALICE ROSSINI

domingo, 6 de fevereiro de 2011

FELICIDADE FABRICADA

Chegou o verão. Ninguém, minimamente equilibrado, deixa de festejar a chegada da estação do sol. Embora, no sudeste e no sul, a água tenha sido a protagonista principal, ceifando vidas, mudando a geografia e apagando a memória das familias pela destruição de suas casas, deixando rastros fragmentados de passado. A natureza em fúria cobrando sua fatura. A Bahia, especificamente, Salvador, é poupada da força destruidora das águas e ai de quem não ficar eufórico, não estiver bronzeado pelos raios solares, com qualquer teor de malignidade para a saúde, ou de quem não tiver um bom motivo que consiga superar a euforia contagiante do carnaval e das festas que o precedem.

Os que não se inserem no “Bloco do prazer” são os sacrílegos. Os eremitas, os anti-sociais, os que deixam a vida passar. São os que não valorizam a alegria e desconhecem as inúmeras formas de reverenciá-la. Assim como os que não adotam os parâmetros oficialmente reconhecidos de como é o “jeito certo de ser feliz” e como "saber divertir-se", rotulam os que vivem suas vidas de forma independente, pessoal, mais crítica ou reflexiva, como “pessoas de mal com a vida”. Inferências impregnadas de preconceito, ignorância e falta de consciência do quanto as diferenças entre os seres são necessárias.

A qualquer desatenção, a diversão vira uma regra pétrea. Enquanto a normalidade, a rotina apaziguadora do sentar-se à mesa com a família e compartilhar um prato de sopa ou diante do computador e enviar mensagens aos amigos, o fechar a porta do quarto e ir mais cedo para o aconchego de suas camas, tornam-se ações carregadas com o peso da obrigação, com o gosto amargo dos remédios, com o cheiro do tédio que mofa as coisas que achamos, equivocadamente, podem ser substituídas pelas “novidades”.

Certamente, alguém está mentindo e muitos outros sendo cruéis ao desconhecer que a vida de todos é feita de altos e baixos e há uma dissonância entre as emoções dos que convivem e interagem. É o que comemoram os balanços da Industria Farmacêutica e gritam as estatísticas policiais, apontando para um consumo desenfreado de antidepressivos, ansiolíticos e outras drogas, lícitas e ilícitas, que facilitam a fuga da realidade.

É difícil um equilíbrio entre alegria e tristeza determinado pelas nossas insatisfações e pelas circunstâncias que a vida nos impõe. Mais difícil ainda, não ser seduzido pela indústria do prazer e pelo aconchego das correntes de calmaria “química” ou, se nos sentimos infelizes, nos entregar às nossas angustias.

Como a minha, a sua e de uma grande maioria de vidas é feita de coisas normais. Ninguém suportaria viver só de festas e excitação. O que achamos seja a felicidade do outro, inseguros que somos e sempre a ponto de levantar nossas âncoras para aquele estilo de vida que nos fascina poderia nos roubar o equilíbrio.

Esquecem-se os frenéticos, que a vida também desvia seu curso para nos pregar peças desagradáveis e aquela rotina que demonizamos, pode virar o sonho dourado. A calma e o silêncio da casa do vizinho começam a penetrar nossos ouvidos com a força de uma sinfonia de Beethoven ou como uma possibilidade de paz e normalidade. Ao tempo em que sua grama começa a possuir o viço da nossa, na primavera, suas flores desabrocham com a vitalidade e beleza semelhantes as que habitam nossos jardins.


ALICE ROSSINI

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

COLESTEROL BOM X TREINAMENTO AERÓBICO

A MELHORA DOS NIVEIS DE COLESTEROL BOM (HDL-C) É INDUZIDO PELO TREINAMENTO AERÓBICO DE ALTA E BAIXA INTENSIDADE
Atualmente a doença cardiovascular tem sido a maior causa de morte em âmbito mundial, classificada como uma doença degenerativa entre as que quais mais causam prejuízos sociais.
De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) as doenças cardiovasculares origina-se por patologias relacionadas ao coração e vasos sanguíneos. Entre elas inclui: doença cardíaca coronariana, acidente vascular cerebral (AVC), doença arterial periférica, doença cardíaca reumática, cardiopatia congênita e insuficiência cardíaca.
Se as tendências atuais continuarem, até 2015 estima-se que 20 milhões de pessoas morrerão vítimas de doenças cardiovasculares, principalmente a partir de ataque cardíacos e acidentes vasculares cerebrais.

Contudo a mudança de hábitos mais saudáveis no estilo de vida das pessoas pode contribuir para a preversão deste quadro, fazendo este um fator determinante em prol desta causa. A prática de exercícios aeróbios regulares acompanhados de uma nutrição balanceada está extremamente relacionada à redução desses riscos, e os estudos mais recentes nos comprovam tais benefícios, que esta modalidade associada à boa nutrição tem agregado a centenas e milhares de adeptos ao passar dos anos, independente de idade, cor ou etnia.

Assim o valor do exercício aeróbio regular na redução do risco de doenças cardiovasculares e aumento nos níveis plasmáticos da lipoproteína de alta densidade colesterol (HDL-C O BOM COLESTEROL) têm recebido ampla aceitação. Pesquisas atuais e evidências sugerem que o HDL - C é um componente preditor negativo de doenças cardiovasculares, sugerindo que o baixo HDL- C traz um grande risco cardiovascular.
Um mecanismo mais bem compreendido do HDL- C para sua proteção cardiovascular é o transporte reverso do colesterol que, inclui a remoção do excesso de colesterol da parede arterial a partir das membranas celulares e tecidos periféricos como também a remoção de macrófagos. Os macrófagos são um tipo de glóbulos brancos que começam suas vidas como monócitos. Monocytes are produced in the bone marrow and circulate throughout the bloodstream. (Os monócitos são produzidos na medula óssea e circulam em toda a corrente sanguínea). When an infection or inflammation triggers a response, the monocytes can leave the blood stream and enter other tissues and organs in the body. (Quando uma infecção ou inflamação desencadeia uma resposta, os monócitos deixam o fluxo de sangue e entram em outros tecidos e órgãos do corpo). After leaving the blood stream, monocytes develop into macrophages or dendritic cells. (Depois de sair da corrente sanguínea, monócitos desenvolvem-se em macrófagos, ou células dendríticas), substâncias transportadas pelo HDL- C para o fígado e excretadas na bílis (principal via de eliminação), com reabsorção de cerca de dois terços do (ciclo êntero-hepático).

Além do transporte reverso do colesterol, o HDL-C apresenta diversas atividades antiaterogênicas que contribuem para sua capacidade preventiva contra doenças arteriais coronariana com ações: anti-infamatórias (inflamação endotelial), antioxidante (Oxidação da lipoproteína de baixa densidade-colesterol LDL- C o MAU COLESTEROL), ação vasodilatadora (promove a produção endotelial do óxido nítrico), diminuição de agregação plaquetária e coagulação, além da integridade da ação do endotélio.
Segundo Kodama et al. existe uma crescente aceitação do efeito que o exercício aeróbio regular tem sobre o aumento nos níveis de HDL- C. O mais sustentado e distinto efeito do exercício sobre as lipoproteínas é o aumento do HDL-C circulante.
Portanto já é de consenso que o exercício aeróbio regular atua de forma terapêutica e preventiva sobre as doenças cardiovasculares, contudo a duração e intensidade na qual os efeitos positivos tornam-se evidentes ainda não estão bem esclarecidas. Apesar deste fator, algumas revisões literárias nos apontam tais benefícios.

Em um estudo realizado por Ducan et al. (27) realizado com 492 indivíduos concluiu que o treinamento de alta intensidade e alto volume foi a única intervenção que produziu efeito significativo sobre os níveis plasmático de HDL –C. Outro estudo realizado por Slentz. et al (28) com 249 indivíduos sedentários com sobrepeso concluiu que somente o treinamento de alta intensidade e alto volume realizados sobre a supervisão do fator de segurança pode resultar em melhorias sustentadas na modificação do BOM COLESTEROL, sendo mais uma vez o volume do treinamento por sessão o mais importante preditor de alteração no HDL-C.
A grande prova desta evolução é a crescente desta atividade quem ocorrendo durante a década, acompanhada dos eventos de corrida que toma as ruas e cidades de todo o mundo e com ela, vem crescendo os investimentos e especialistas neste setor.
Não obstante a toda essa evolução, atualmente as pessoas tem encontrado na caminhada e na corrida de rua, a oportunidade de realizar uma atividade física de baixo custo e de altos benefícios para saúde, desde que acompanhada pelo aval de seu cardiologista e uma equipe multidisciplinar, ou por um profissional de Educação Física capacitado para o desenvolvimento desta atividade dentro dos seus padrões de segurança.

Agora que já sabes de todos esses benefícios é só se preparar para iniciar.

Referência:
Moturama M, Silva P.J, Lima C.P. W, Junior C. L.
REVISTA BRASILEIRA DE FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
(volume 09 – número 03 jul/Set 2010)

LUCAS OLIVEIRA
WORKOUT TEAM