domingo, 23 de maio de 2010

O “JOVEM INQUIETO”


Pare na frente da banca da esquina da sua rua, e veja as fotos das modelos nas capas das revistas de moda feminina. Todas as manequins magrinhas, com a estrutura óssea destacando-se em proeminentes relevos. Infelizmente, as mulheres são constantemente bombardeadas com imagens de ideais corporais que beiram o impossível já que em muitos casos, ser magrinha requer expor o corpo a sacrifícios que, quando se tornam crônicos, abrem caminho à morte prematura.
Esta questão já era motivo de alarme generalizado nos centros de moda e entre a classe artística como sendo uma praga que ataca meninas e mulheres que são modelos, atrizes ou querem sê-lo. Mas isto não é tudo!

Li numa página de internet, que já nem me lembro qual, que um dos mais famosos construtores de manequins para lojas, uma empresa chamada Rootstein, lançará no próximo mês um modelo masculino novo chamado de “Jovem Inquieto”. O boneco terá como medidas, “estonteantes” 90centímetros de peito e 68 de quadril.

Segundo estatísticas, em 1990 os homens ocupavam apenas 10% do contingente de pessoas que sofriam de desordens alimentares. Hoje, já são 25% do total. A procura comercial pelo “Jovem Inquieto” reflete a proeminência de novo modelo raquítico de homem ideal, que é quase impossível de ser alcançado pela a maioria dos seres humanos normalmente formados.

É óbvio que este novo modelo de manequim, gotejou das paredes andrógenas do mundo da moda, onde a percepção geral é que o talento dos grandes costureiros se resume em desenhar roupa para esqueléticos, ou, longe de ser preconceituosa, a maioria dos “designers” reflete seus gostos ou desgostos baseados na sexualidade de cada um. E isto é preocupante porque, se o “Jovem Inquieto” retrata não só no físico como na aparência, um ser humano entre 15 e 20 anos, de formas e gênero indefinidos.

Isto pode até ser um alento subliminar, numa interpretação mais radical, a práticas promíscuas e até criminosas como a pedofilia. Esta, no momento, já tem até defesa entre uma estranha gama de psicólogos e psiquiatras, que estão qualificando-a como outro tipo de sexualidade, ou, um distúrbio psicofísico tipo alcoolismo ou vicio em outras drogas.

Era só o que nos faltava! Se bem entendo, já não se trata de fazer a sociedade aceitar naturalmente a homossexualidade, o que eu apoio e respeito. Agora se trata de convencer a mesma que ser só heterossexual é ser careta! Será que vem por aí uma campanha para enriquecer a condição de heterossexual, agregando o termo “homo fóbico”, como sinônimo?

O argumento de que o “Jovem Inquieto” está baseado na atitude e modelo físico da juventude atual é falho e absolutamente devedor de suporte estatístico. O talento de cada um dos artistas que desenha obras de arte em forma de roupa, não pode ser desculpa quando reflete possíveis e prováveis desvios comportamentais, sociais e pessoais, principalmente dentro do seu círculo de influência. A mim me parece que Jennifer Lopez, por exemplo, dona de uma bundinha linda, se vê muito melhor em qualquer das peças desenhadas pelos grandes estilistas, do que qualquer “raio-x ambulante” das passarelas de Milão, Paris e Nova York.

Os homens na sua maioria absoluta, independente muitas vezes da sua sexualidade, não se definem principalmente pela sua aparência física. A razão para este aspecto é que o poder deles não deriva da mesma. Já as mulheres, entram no prejuízo porque juram de pés juntos que a fonte do seu poder tem como suporte principal a sua aparência. Se juntarmos a esta verdade, o fato de que a grande maioria dos “designers” que comandam o mundo da moda é homossexual, aí está servida uma salada tóxica de idéias sobre padrões de beleza distorcidos e genuinamente “brochantes”.

Homens preparem-se. Daqui a muito pouco tempo, seremos nós a necessitar de terapias e mensagens destinadas a levantar a nossa auto-estima, nos lembrando, a cada momento, que é ótimo ter curvas e ser gordinho.

Ciao, Vou andando... estou morrendo de fome!

FERNANDO TROVADOR

7 comentários:

Pancho Gomes disse...

Pois é, as mulheres se tornam cada vez mais Yang e os homens cada vez mais Yin.

Alice Rossini disse...

Fernando, esta questão da moda agravou-se quando começaram a ditar moda de biotipos. A moda é uma industria cada vez mais rentável justamente porque as pessoas a vem como uma lei a ser seguida. Como ter um estilo próprio é nacessário, além de maturidade um certo nivel de informação e formação, ela é imposta para a mioria, não importam os efeitos estéticos quem a usa.

Como voce diz ela, a moda ou o medismo, melhor dizendo, determina o tipo fisico das pessoas, obrigando-as a enquadrarem-se nele ainda que tenham que pagar com suas vidas.

Como tudo na vida é uma questão de escolha, cabe aos pais inibirem a pressa que as crianças tem de parecerem verdadeiras miniaturas de mulheres e homens. Para isto tem que imprimir senso crítico e canalizar sua irrefreável energia para aspéctos do crecimento mais saudáveis e mais importantes.

Seu texto foi oportuno e foi em cima de uma questão com que debatem-se pais e educadores. Parabéns

Marco Rossini disse...

nando,
voce foi na ferida aberta, cada vez mais radical; do mundo fashion. hoje em dia, pra se comer um cosme e damião, temos que pedir desculpa aos deuses e pagar uma prenda de pelo menos 1 hora de esteira. rsrsrsrs
ótimo saque este teu.
abraços

Penha Castro disse...

Sua reflexão é excelente e de "utilidade pública"! É incrível como as pessoas são subservientes a tudo que vem de fora, a tudo que não lhes tire da tribo, a tudo que não as diferencie.
Acontece que quando se mexe com o corpo a coisa complica. Porque não conseguindo enquadrar o corpo no que acham é o "certo", as cabeças piram.
Quando se é adulto não ter senso crítico é problema de cada um. Mas quando o que está em jogo são crianças e adolescentes a responsabilidade dos pais, educadores e do governo aumenta e é urgente que reverta o processo criminoso que está em curso.
Excelente seu texto.

Aparecida Matos disse...

Num mundo de anoréxicas e bombados, estamos deixando que se crie um modelo de gente que não é real. O perigo disto é a contaminação na forma como enxergamos as pessoas, que também pode ser tão irreal quanto elas teimam em parecer.

O que falta no mundo é que as pessoas para não sentirem o peso da exclusão perdem suas identidades e ficamos todos artificiais.

Olha Fernano, a questão que levantou é mais grave que imaginamos.

RICARDO FARIAS disse...

FAÇO ACADEMIA E VEJO OS CARAS DEFORMADOS E QUERENDO TRANSFORMAR O CORPO PARA UM PADRÃO ESTÉTICO QUE NÕ GUARDA NEHUMA HARMONIA.
BOM SEUU TEXTO

Luiz Augusto Vaz disse...

Do jeito que a coisa está indo,macho de brico,ferragem na orelha,lábios,tatuagem,cabelo tipo galo garnizé,não tenho dúvidas de nos próximos cinco anos,macho,será vendido em vitrine com ágio,em 60 prestações e sem juros.A bicharada da moda está cada vez mais ativa a vamos ter maternidade para bichos gerados por essa especie de humanos.