quarta-feira, 10 de junho de 2009

EDITORIAL

Hoje, 10 de junho de 2 009, o dia amanheceu incompleto. Um telefonema madrugador anunciou que daqui pra frente vai haver mais uma ausência definitiva em nossa família: ALBINA ROSSINI, minha sogra, morreu...

Logo que a conheci, senti que não era uma mulher comum. Filha de imigrantes italianos, trazia nos cristalinos olhos azuis a firmeza e a força de seus ancestrais, que cruzaram o oceano em busca de uma vida melhor.

Uma mulher a frente do seu tempo. Era a síntese da “mama italiana.” Da mesma forma que ia à cozinha, a pedido das noras, fazer fetuccine a quatro queijos, pão caseiro e arroz de forno (sem pele da galinha porque Marco não gostava), quando alguma queixa lhe fazíamos “contra” seus filhos, sem pestanejar dizia-nos: “devolva, nêga...” Era assim, minha sogra: sem “papas” na língua. Tínhamos tanto a certeza do terreno minado quanto do carinho e do amor que nos dedicava.

Queria todos ao seu redor. Adorava contar as historias da sua vida, sem poupar-nos dos detalhes picantes. A inteligência e a perspicácia eram suas maiores qualidades, que usava da forma como levava a vida: independente e livre.

Sou uma pessoa feliz por ter tido duas sogras, igualmente especiais, cada uma à sua maneira. A vida as tirou de mim, mas, seus legados de honradez, amor à família acima de tudo e modernidade, serão sempre um referencial ao qual, farei tudo por merecer.


12 comentários:

Fernando e Jana disse...

Marcos e ALice

Nesta hora em que se confrontam com uma momento tao triste, quero que saibam o quanto lamentamos a vossa perda. Que Deus a tenha em Sua infinita gloria, e vos de forcas de suportar essa perda tao significativa e irreparavel.

Nando e Jana

Marco Rossini disse...

Hoje, no velório de minha mãe, acho que consegui determinar o que ALBINA representou na vida. Ao receber os pêsames de Vava retribui com a seguinte frase:
Os pêsames não são só pra mim. Irani e Iara. São também prá voce, Sergio, Pancho, Gomes, Benicio, Robério, Luisinho, Alamiro, Rodrigo, Miguel, Eliana, Tico, Marechal, Gustavo, Anderson, Nilton, Jair, Jairo, Ivone, Tânia e tantos outros que freqüentaram a casa do canela que mais parecia uma comunidade. Morreu a mulher que foi um pouquinho mãe de todos nós.

Sérgio Gomes disse...

Ao receber a triste notícia do falecimento de Dona Albina, passou um filme na minha cabeça, e vieram, de imediato, imagens guardadas na memória.
Lembrei-me dela na cozinha da casa da Aeronáutica enchendo lingüiças à moda mineira. Sempre muito bem humorada e fumando seu cigarrinho.
Acho que nunca vi, naquela casa aberta a todos, sede do clube Estrela Vermelha, a Dona Albina brigando ou ralhando com alguém, mesmo com aquela invasão de meninos e meninas canelenses em sua casa, o que é capaz de desesperar qualquer um, mas não a ela.
Acho que ela gostava daquela confusão - e certamente era também uma forma de manter os filhos por perto.
Depois, quando mudou para a Clemente Ferreira, me veio à memória a cena dela voltando das compras sempre puxando um carrinho.
É uma pena, mas assim é a vida, que um dia se encerra para todos nós, e temos que aceitar isso com saudade e resignação.

Anônimo disse...

Amigos queridos,

Sinto muito a perda de vcs. Nao Conheci D.Albina, mas pelo carinho e admiraçao com que vcs sempre falaram dela, tenho certeza e foi uma pessoa muito especial!

beijos para vcs.
Eliane

Juliana Rossini disse...

Minha avózinha tão querida.. me deixou um grande vazio.. Nunca me esquecerei daquela gaveta secreta em sua casa na Barra, cheia de doces só para os netos, e ela dizia: não conte para sua mãe! Daquele sorvete de morango que ela fazia, dos almoços com kibe cru às segundas.. da época que morei com ela e cada dia tinha uma surpresinha especial para mim.. Das histórias que me contava e eu achava tanta graça. Com certeza uma pessoa muito especial e marcante em minha vida.
Vó, te amo muito!

Pablo Rossini disse...

Assim como Ju, também me lembro bem daquela gavetinha em sua casa cheia de caramelos de leite e chocolate e todos os momentos de minha infância em sua casa na Barra, na fazenda, nas idas à Perini e ao shopping Barra, o fetuchine... Até futebol já assistimos muito juntos.. Ela sempre cobrava raça dos jogadores! Essas coisas sempre vão estar presente em minha memória e me ensinaram a ser o homem que eu sou hoje.

Com orgulho e eterno amor de neto

Heidi Tobler disse...

Ontem, quando as pessoas estavam rezando pela alma dela, eu fiquei pensando - não é preciso, ela nunca fez mal a ninguem e apesar de ter vivido tanto ainda conservava uma ingenuidade de criança - se existe um céu ela vai direto pra lá.

Apesar de nunca mais ter me encontrado com ela depois daquela vez no hospital, Ju sempre me dava noticias. Vou sentir muita saudade.

Mas também sabemos que ela já estava precisando descansar - espero que agora ela esteja bem.

Matheus Barretto disse...

Minha avo Binoca, apesar que nao ser minha avó de "verdade", nos gostávamos como se fôssemos avó e neto. Tinha por mim um carinho, que ru sentia, era especial.

Lembro-me que um dia, quando voltava da fazenda no seu carro, vomitei em cima dela! Ela disse a minha mae que nao se ppreocupasse que o vômito estava "até cheirosinho...!!!" Eu lhe retribuí a demonstraçao de carinho colocando o nome de BINOCA, numa vaca que tio Marco me deu. Ela adorou e encarou como uma homenagem!

Acho que viveu o tempo necessário para que sua doença nao a fizesse sofrer mais.
Espero que agora esteja em paz

Sérgio Gomes disse...

Que bonito e comovente o seu comentário, Marquinho. Realmente a D. Albina foi uma mãe de todos nós canelenses. Tenho inveja de pessoas tão generosas e capazes de abrirem permanentemente as suas casas para todos, com verdadeiro prazer. D. Albina era dessas pessoas. Rivalizava com D. Clélia,graças a Deus ainda viva, mãe de Carlinhos (Pancho), Ivone, Jair e Jairo, que nos aturava também dentro do apartamento dela e defronte, embaixo daquela árvore que não crescia, segundo ela, por vergonha do que ouvia das nossas bocas juvenis. O bom humor unia também D. Albina e D. Clélia, como se vê.
Da minha parte, Marquinho, agradeço a lembrança e a honra de que você me considere, também, um dos filhos da D. Albina.Está certo, afinal somos mesmo todos irmãos, aqueles meninos e meninas do Canela imorredor nas nossas vidas.
Sergio Gomes

Selene May disse...

meu bem, vivas ao amor, maior q nós !
mais vivas ao editorial. pena saber q albina teria adorado.
assim é a vida...
como escreveria vc,
bjs carinhosos !!!

Unknown disse...

Como é fácil falar bem de tia Albina!
Como era alegre a casa de vovó, nos finais de ano com os primos Iara ,Irani e Marco Antônio e os outros que chegavam do Rio, de BH para festejar o Natal....
Tia Albina sempre alegre tinha casos homéricos para contar, sempre seguidos de boas risadas....E os jogos de buraco com meu pai, tia Maria e os demais....Era a alegria de uma família que honrava suas raízes italianas....Sentiremos muitas saudades,sim, mas a lembrança demomentos tão bons e enriquecedores compensarão.
Que Deus ilumine seus caminhos, tia Albina.....Olhe sempre por nós. Beth.

Elaine Rossini disse...

Oi primo .......Neste momento acbo de abrir sua mesg.....o sentimento de perda e lembrança é da mesma intensidade.........dias atraz ...quando recebi a noticia de Tia Corina fiquei sem coragem de te participar .....nas eu ja estava esperando este emaill a qualquer momento,infelizmente.....beijo seu coraçao ....um anjo a nos proteger de onde estiver ......porque que tem que ser assim?Neste dia eu coloquei aquela velha fraseno meu perfil de orkut:Ai mais que saudade eu tenho da Bahia .......Ai se eu escutasse o que mamae dizia me lembrei muito dela .......talvez tenha vindo no momento a me inspirar e despedir ........