segunda-feira, 1 de junho de 2009

EM QUE REGIME NÓS VIVEMOS?

Tenho me perguntado qual o regime de governo do Brasil? Parece uma pergunta meio obtusa. Comecei a questionar uma ou outra situação e a coisa foi assumindo dimensões gigantescas em minha cabeça. Já ouvi de algumas pessoas frases tipo: ah! Isso está pior do que nos tempos da ditadura. Absurdo? Será mesmo? Afinal, um governo populista se eterniza no poder de outras formas, mas não deixa de ser um tipo de ditadura. Na democracia, a arma do povo é o voto. Em um País de terceiro mundo, cheio de analfabetos e miseráveis, o voto passa a ser cabrestado pela necessidade básica de comer, vestir e morar. O sentimento de prosperidade é deixado para trás. Quer dizer: prosperidade só para poucos. Assim como nos países comunistas, é sabido o grau de concentração de riqueza nos palácios, enquanto o povão acaba se contentando com sobejos dos poderosos. E o peixe distribuído não é nenhuma sororoca. Para eles não se ensina a "manha" de pescar. Uma tainha é o máximo que se captura.

Eu entendo como democracia, um sistema de governo que emana do povo, pelo povo e, para o bem do povo. Será que é isto que registramos no Brasil?

É triste verificarmos o dia a dia de nossos semelhantes mais humildes.

O sistema de saúde pública está completamente falido. Ainda hoje escutava na rádio uma senhora desabafando que era o quarto dia que ia para o posto de saúde e nem senha recebia. Como se a doença pudesse aguardar a boa vontade e a burrocracia dos políticos. As escolas públicas ensinam que dois mais dois são quatro, mas não explicam o significado de quatro. As favelas amontoam-se como uma árvore de natal nos morros, a ponto de terem que construir um muro em volta delas para que não avancem mais em direção a mata atlântica. Como se isso fosse resolver alguma coisa. Com o dinheiro que se constrói este muro, quantas casas poderiam ser construídas? Não adianta se outorgar maior valor a uma mata em detrimento da vida das pessoas. Eu vou pra cadeia se matar um tatu bola. Mas tenho uma série de benevolentes argumentos se tirar a vida de um ser humano. O homem atual pode ficar sem emprego, mas as árvores da Paralela devem permanecer onde estão. É mais fácil, para o jovem promotor, proibir construções, que geram empregos e renda, do que criar soluções para os seres humanos atuais. Aqueles que estão vivendo o hoje. O aqui e agora. Nós precisamos comer, vestir, adquirir conhecimentos, ter uma vida digna, com saúde, crescer, realizar sonhos possíveis, criar nossos filhos. Esse é o papel dos governantes. Cuidar do povo. Para isso recebe os votos do povo.

A corrupção assola nosso País. O exemplo vem de cima. A impunidade é parceira dos mais endinheirados e carrasca com os pobres. Principalmente com os negros. Se for negro e pobre então, o castigo chega a galope. Vivemos num País onde ser digno passou a ser adjetivo de bobo. De otário.

Deparamo-nos constantemente com funcionários públicos (com salários sete vezes maiores que na vida privada, na média) gastando sem dó nem piedade em shoppings da cidade. Roupas de grife. Restaurantes caros que distribuem senhas para organizar a ordem de chegada dos comensais, que são muitos.

Uma democracia sugere um trabalho sério, dedicado e até idealista dos homens que ocupam cargos. Se o que presenciamos no nosso País é justamente o contrário, isso é democracia? Isso é o que? Um homem público se tornar milionário é democracia? E não estou me referindo tão sòmente ao PT não. Essa praxe já esta incrustada na política brasileira acho que desde que Cabral chegou ao Monte Pascoal. É bem verdade que, nestes 7 anos de PT, esta prática se cristalizou. Parece que a pressa em “se fazer” foi entendida como oportunidade única. É agora ou nunca. E eu que não sou político. Nem sou petista. Não tenho direito a andar por vias razoavelmente asfaltadas? Não tenho direito a segurança? Minha empresa foi arrombada 3 vezes num período de 20 dias. Prestamos queixa na polícia informando, inclusive, que os assaltantes foram filmados. Nem um escrivão veio ver a fita. Ou eu desisto ou me armo até os dentes para enfrentar a bandidagem. A polícia pública, que é paga com meus impostos, quer, na verdade, vender segurança privada. Descaradamente é oferecido como única solução para o meu caso. É isso ou os assaltos vão continuar. Repito: não sou PT, nunca votei no PT, nunca votarei no PT e não me decepcionei com o PT.

Só gostaria que alguém me explicasse em que regime vivemos. Se um deputado vai a público e declara que está "se lixando" para o povo, este deputado está contra a democracia. Ah!!!!. Isso já tem uma semana. Ninguém se lembra mais, não é? Ele continuará a ser eleito por mais e mais outros mandatos.

Desculpem, mas não sei, realmente, em que sistema vivemos. Eu já desisti de ter esperanças no Brasil. Ele vai crescer, é certo. Desordenadamente, é bem verdade, porque ele é muito grande. Apesar dos políticos. Apesar de.

Por mim, eu já entreguei os pontos. Eu desisto de lulas, dirceus, genoínos, delúbios, severinos, renans, collors e etc e tais..........

Desculpem, mais é o desabafo de um cidadão que estudou, trabalhou, educou os filhos e já criou muuuuuitos empregos ao longo de seus sessenta anos.

MARCO ROSSINI

5 comentários:

Anônimo disse...

Ai Marcao

Faco minhas as suas palavras.
Nao ha duvida que para os nao milionarios o futuro se ve negro...muito negro meu amigo.

Mas...como dizia Guilherme Arantes
"Amanha, e um outro dia....lalalalalalala". Quem sabe nao aparece alguem que anula essa massa critica e descobre um novo Brasil.
A Esperanca e a ultima que morre...Se e assim, ela entao que apague a luz.

Trovador

Selene disse...

Marco tomou gosto!

Vitória Régia disse...

Meu amigo, se eu recebesse uma ajuda do governo por cada filho que fizesse (so tive um porque sou responsavel e o mantenho com meu trabalho)sem precisar fazer nada o dia inteiro, também acharia o governo ótimo! Talvez ainda trabalhasse por nao ser ignorante! MAS O QUE ESTA ACONTECENDO É A DESVALORIZAÇÃO DA BUSCA DO PROPRIO SUSTENTO. DAQUI HA ALGUNS ANOS, A DEFORMAÇÃO JA ESTA TÃO GRANDE, QUE O OTARIO VAI SER VOCE, QUE TRABALHOU E AINDA DEU EMPREGO( UM DIA ISSO SERA PROIBIDO...RS)

Concordo com sua análise e eu, que votei em LULA me decepcionei, ao contrário de voce. Mas, nas democracias, é assim que o povo aprende!

Mariana disse...

Marco,
Nosso problema pode ser analisado de milhares de formas. Seu desabafo, pinçou nossas mazelas atuais, algumas ja impregnadas na nossa cultura, e em cima delas registrou sua indignação.

Concordo com tudo, com a diferença que eu votei no PT e com ele me decepcionei.

Mas nem é bom falar na palavra DITADURA, além de não resolver coisa nenhuma, nos lembra periodos negros, tanto da nosssa hostória quanto na de outros países.

O voto e a educação aliados a uma imprensa livre me parece um caminho mais longo mas, mais seguro e com bases em princípios ja testados historicamente.

Anônimo disse...

Eu diria, se me permite, que você vive numa democracia capenga, que não é republicana. Por conta de nossa origem de país-empresa (já que nascemos para ser entreposto de Portugal, mantemos há mais de 500 anos as características do lugar dos "você sabe com quem está falando?", periférico, subdesenvolvido e piorado pela destruição neoliberal. De quando em quando, países desse tipo agregam tipos antes rejeitados, dessa vez foi o Lula e sua gente.
E sem chanve de mudança nos próximos 50 anos. Horror!
Rose